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domingo, 30 de setembro de 2012

Seniores SCPC 2012-13 (1ª Fase - 3ª Jornada): SC Penalva do Castelo 3 x GD Parada 2

Solução para o triunfo veio do banco e na inspiração de Zé Carlos!! Segundo triunfo do Penalva no campeonato e três importantes pontos conquistados perante encontro inédito com o Parada!!

Ficha de Jogo:


Sport Clube de Penalva do Castelo
1 Pedro Cruz
3 Diogo Cunha
5 Alfredo Pinto
6 Gamarra
7 Zé Carlos
12 Joãozito
18 Flávio Cardoso
20 Gui
21 Joe
22 Egipto
23 Sérgio Fonseca ©

Substituições: Gui por 10 Miguel Pereira (59`), Joãozito por 77 Tiago Gonçalves (59`) e Flávio Cardoso por 17 Alex Sousa (71`).
 
Suplentes não utilizados:
99 Bruno Ferrary
2 Tiago Borges
11 Dani Pina

Treinador: Rogério Sousa


Grupo Desportivo de Parada
44 Tó Oliveira ©
4 Luís Carlos
5 Leandro
7 Manú
9 Mota
10 Oceano
11 Tó-Jó
13 Gustavo
17 Ricardo Silva
19 Reuss
20 Nelson Ramos

Substituições: Tó-Jó por 8 Tiago Vilar (66`).

Suplentes não utilizados:
12 Capela
3 Ivo
15 Roberto

Treinador:  Paulo Martins

30 Setembro 2012
Jogo no Parque Desportivo de Santa Ana, em Penalva do Castelo
Assistência: cerca de 200 pessoas

Árbitro: Ivan Vigário (A.F. Porto)
Auxiliares: José Ferreira & Hélder Casanova

Ao intervalo: 1-1
Resultado final: 3-2
Marcadores: Zé Carlos (4`), Manú (45`), Diogo Cunha (p.b.) (56`), Zé Carlos (85`) e Alex Sousa (89´).
Acção disciplinar: Cartão Amarelo para Mota (22`), Diogo Cunha (26`), Leandro (30`e 89`), Luís Carlos (31`), Reuss (49`), Zé Carlos (57`), Tiago Vilar (73`), Alex Sousa (89`), Pedro Cruz (90+3) e Gustavo (90+6).
Cartão Vermelho por acumulação de Amarelos para Leandro (89´).









Em confronto inédito, apesar de serem duas equipas do mesmo distrito, a formação de Penalva do Castelo recebia e defrontava o Grupo Desportivo de Parada, que pertence ao concelho de Castro Daire e que esta temporada faz a sua estreia absoluta em campeonatos nacionais.
Encontro entre duas formações que tinham somado um triunfo nas duas primeiras rondas, deixava antever uma partida recheada de equilíbrio e motivos de interesse com vencedor incerto.
Transpondo para as quatro linhas este enquadramento teórico, foi de uma forma muito arredondada que isso mesmo se veio a verificar.
Cinco golos. Vencedor e marcador incerto até ao apito final. Momentos de emotividade. Golos de belo efeito e de boa execução técnica e em suma uma vitória para o Penalva, de forma justa, porque foi a equipa que demonstrou mais audácia e vontade de ganhar.
Mesmo que em muitos momentos do encontro se tenha assistido a mau futebol, em consequência de muitas jogadas inconsequentes, o Penalva foi quem dominou mais tempo, quem dispôs de mais oportunidades de golo e mais ambição de conquistar os três pontos, apesar de o Parada demonstrar valor e potencial para poder vir a realizar uma boa temporada.
As figuras da partida acabaram por ser Zé Carlos e os jogadores que foram lançados do banco de suplentes do Penalva no decorrer do encontro.
Destaque para uma recta final de partida com muita emoção, no qual os jogadores penalvenses estão de parabéns pela excelente atitude, insistência e acreditar até ao final da partida, que valeram assim três importantes pontos, a somar aos três conquistados na ronda anterior, que deixam a formação orientada pelo técnico Rogério Sousa num bom caminho, quando na próxima ronda vai defrontar o histórico e grande favorito à subida de divisão, o Salgueiros 08.

Começando pelo inicio da partida. Primeiro remate do encontro, surgiu o golo inaugural do marcador. Zé Carlos desmarca-se bem nas costas da defensiva do Parada e de ângulo já reduzido, efectua um colocado remate para o fundo da baliza de Tó Oliveira, que hoje regressou a Penalva, desta vez como adversário, tal como Leandro, Tó-Jó e Reuss. Boa execução do atleta penalvense e estava feito o primeiro golo da partida para o Penalva do Castelo.
O Parada acusou o golo sofrido e o Penalva por outro lado, tinha entrado na partida galvanizado e com ritmo elevado e decidido a resolver cedo a partida. O Parada não conseguia reagir e esteve perto de sofrer o segundo à passagem do minuto 14, quando Egipto em soberana posição frente à baliza contrária, cabeceia por cima.

Uma entrada de rompante, conferia uma justíssima vantagem para os penalvenses, que foram a formação mais incisiva e mais rápida nos movimentos. O Parada jogava na expectativa e de forma lenta, cabendo assim ao Penalva, o comando das operações do encontro.

A resposta com perigo do conjunto de Parada de Ester surgiu perto da meia hora, quando num corte defeituoso da defensiva do Penalva, a bola sobra para um jogador contrário que remata com muito perigo ao lado da baliza de Pedro Cruz.
O lance acabou por gerar motivos de protesto por banda da turma orientada por Paulo Martins, sendo que se reclamou grande penalidade por uma pertença mão dentro da grande área do Penalva. Os efusivos protestos do técnico da formação de Castro Daire, valeram-lhe a expulsão do banco de suplentes e do terreno de jogo.

A partida entrou num fase mais lenta e de ritmo baixo, já que o Penalva não conseguiu manter o ritmo com que entrou e o Parada começou a obrigar a jogar-se mais no miolo do terreno de jogo e de forma mais feia ou se quisermos dizer, mais física e menos técnica.
Quanto pouco fazia se prever, em cima do intervalo, o Parada chega à igualdade. Canto marcado por Leandro do lado esquerdo e Manú a aparecer no coração da grande área sozinho a cabecear para o fundo da baliza de Pedro Cruz. Era o último suspiro e lance do primeiro tempo e o Parada conseguia obter um golo que lhe conferia a igualdade no marcador.

No regresso para o segundo tempo, é o Parada que surge mais afoito, deixando o Penalva mais recuado no campo.
Não foi por mérito próprio que a turma do norte do distrito de Viseu chegou ao segundo golo mas sim de uma infelicidade e uma má comunicação entre o guarda-redes Pedro Cruz e o defesa Diogo Cunha, quando este último ao tentar atrassar de cabeça para o seu guardião, coloca a bola no fundo da baliza, que certamente menos queria.
O Parada dava a volta no marcador e a tarefa do Penalva sair deste encontro com um resultado positivo ficava muito mais complicada.

De emediato reagiu o técnico Rogério Sousa, ao trocar dois elementos ofensivos por outros dois mais frescos, no sentido de tentar mudar o rumo dos acontecimentos.
As alterações de momento não surtiram efeito mas mais adiante na partida, iriam ter os seus frutos para o Penalva.

Passava-se a jogar de forma mais partida, porque o Penalva acentuou a pressão exercida sobre o Parada, que agora em vantagem, tinha baixado o bloco ofensivo para assim se resguardar e não se expôr em demasia.
Foi a fase mais mal jogada do encontro, porque das muitas tentativas que o Penalva exercia eram inconsequentes e muitos passes sucessivos eram falhados, tanto e principalmente da parte dos penalvenses como também da parte do Parada, que passava a jogar de uma forma mais matreira e lenta.
O nervosismo e alguma inexperiência dos jogadores penalvenses eram visiveis, juntando ao tipo de jogo "chato" optado pelo Parada, que tentava enervar os penalvenses e "queimar" tempo.

O Penalva tinha a posse de bola mas não revelava poder de resposta, apesar das movimentações rápidas dos jogadores entrados neste segundo tempo, Miguel Pereira, Tiago Gonçalves e Alex Sousa.
A persistência e a audácia acabou por dar os seus frutos e quando atinjiamos o minuto 85, Zé Carlos teve um momento de grande inspiração, ao marcar um belo golo com uma execução de qualidade superior, rematando sem hipoteses para o fundo da baliza do Parada.
Golo sensacional do Penalva e o marcador assinalava novamente uma igualdade.
O golo trouxe mais motivação à turma penalvense e a emoção estave bem presente e perdurou até ao minuto 90 no Parque Desportivo de Santa Ana.

Os penalvenses continuaram a pressionar e pouco depois chegaram ao terceiro golo. Cruzamento da direita e a cabeça de Alex Sousa a finalizar para o fundo da baliza de Tó Oliveira pela terceira vez nesta partida.
Desta vez era o Penalva a operar uma remontagem no marcador que perdurou até ao apito final, mesmo que ainda se tenham jogado 7 minutos para lá dos noventa regulamentares. Até ao apito final, nota apenas para a expulsão de Leandro, por eventuais protestos depois do terceiro golo do Penalva, deixando o Parada com menos uma unidade até ao final.
Pouco mais a acrescentar, referindo que o trabalho da equipa de arbitragem não foi facil nesta partida. Algumas dúvidas ficaram em diversos lances mas mesmo assim a sua prestação não deixou de ser positiva.
 
Próxima partida do campeonato, a quarta, está agendada para 07 de Outubro de 2012.
O Penalva do Castelo visita o campo do clube histórico Salgueiros, no qual os penalvenses defrontam o grande e o princial candidato à subida, naquele que será um confronto inédito no historial dos dois clubes, prática que tem sido recorrente esta temporada.

[Crónica|Ficha de Jogo: CinZa]


















[Fotos: CinZa © direitos reservados]


Vídeo com resumo da partida:

[Vídeo in SporTViseu]

Resultados e Classificação:

3ª Jornada - 3ª Divisão Nacional Série C 2012/13 - 1ª Fase (Fase Regular):

Grijó 2 x Aguiar da Beira 0
Penalva do Castelo 3 x Parada 2
União de Lamas 1 x Salgueiros 0
Alba 0 x Estarreja 1
Sampedrense 0 x Oliveira de Frades 1
Oliveira do Bairro 3 x Avanca 3

Classificação após a 3ª Jornada - 3ªC 2012-13 - 1ª Fase (Fase Regular):


sábado, 29 de setembro de 2012

Agenda Seniores SCPC 3ª Jornada - SC Penalva do Castelo x GD Parada (30 Setembro 2012 - 15h00)


Festas em Honra de São Cosme e São Damião em Germil - Penalva do Castelo (30 Setembro 2012)


Dia Mundial do Coração (29 Setembro 2012)




O Dia Mundial do Coração, comemora-se hoje, dia 29 de Setembro 2012.


Para assinalar o Dia Mundial do Coração, a Federação Mundial do Coração e os seus membros pedem-lhe que tome a iniciativa de salvar as vidas das mulheres e crianças que ama. Fazendo apenas
algumas pequenas mudanças, pode ajudar na diminuição do seu risco para as doenças cardíacas e AVCs: promova a alimentação saudável, a atividade física e a cessação do uso do tabaco.

Compreendemos que isto é algo que é mais fácil de dizer do que fazer, mas esperamos que os conselhos que lhe damos de seguida o ajudem a começar. Hoje, temos a oportunidade de prevenir o impacto futuro das doenças cardíacas e dos AVCs através da adoção de uma alimentação saudável para o coração desde a infância até à velhice.

Para uma melhor saúde do coração devemos ter em conta algumas medidas como: praticar algum desporto físico, aos fins-de-semana ir dar uma volta a sítios calmos e sem poluição, como a uma serra (serra da boa-viagem, por exemplo) ou fazer um piquenique no campo, fazer exames médicos para ver se há algum problema com o coração, participar nas campanhas de sensibilização, elas podem prevenir graves doenças.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Caminhada do Coração no concelho de Penalva do Castelo (30 Setembro 2012)


SCPC participa no III Torneio de Futebol de 7 Estrela do Mondego FC - Abrunhosa a Velha - Mangualde (30 Setembro 2012)


SCPC participa no Torneio de Futebol Iniciados Estrela do Mondego FC - Abrunhosa a Velha - Mangualde (29 Setembro 2012)


Dia Mundial do Turismo (27 Setembro 2012)



Hoje, dia 27 de Setembro de 2012, comemora-se o Dia Mundial do Turismo, este ano dedicado ao tema proposto pela Organização Mundial do Turismo: “Turismo & Energia Sustentável: ligando o Desenvolvimento Sustentável”.

Comemorado desde 1980, no dia 27 de Setembro, data instituída pela Organização Mundial do Turismo (OMT), o Dia Mundial do Turismo tem como objetivo  elevar a importância deste sector, nos âmbitos económico e cultural.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Dia do Diploma no Agrupamento de Escolas de Penalva do Castelo (28 Setembro 2012)


Artigo de Reflexão: "Quando observar os adversários é tão importante como treinar a equipa"

Futebol

Tema: "Quando observar os adversários é tão importante como treinar a equipa"


Artigo publicado no jornal Público 9 Setembro 2012

Autor: Hugo Tavares

 
O scouting, como também é designado, é uma das actividades que mais influência têm ganho junto dos treinadores. Por que se faze como se faz foi o que o jornal PÚBLICO foi saber. 

Nunca os gabinetes de prospecção e observação estiveram tão na moda no futebol. São feitas inúmeras análises dos jogos dos adversários e da própria equipa para que nada escape ao treinador no momento de planear da melhor forma a partida que se avizinha. O PÚBLICO falou com alguns dos homens que estão por trás dessa missão e revela como esta tarefa é desenvolvida em clubes de topo a nível europeu.

É através destes gabinetes de observação que chegam aos técnicos informações de como as equipas adversárias se posicionam com e sem bola (organização) e da maneira como reagem e se movimentam nos momentos fundamentais (transições) que são as perdas e as recuperações da posse de bola. Até as bolas paradas (esquemas tácticos) são estudadas ao pormenor, assim como as jogadas padrão. E há ainda as apreciações individuais de cada jogador, onde são reveladas as virtudes e os defeitos ao nível do seu jogo, mas também ao nível emocional — a forma como reage às diferentes situações de jogo ou, por exemplo, se é um jogador que, ao ser “picado”, pode “perder a cabeça”.

José Mourinho é um dos treinadores que, desde o início da sua carreira, mais importância deram a estes detalhes. Pouco depois de chegar ao Benfica, em 2000, Mourinho confrontou-se com a realidade do clube e, porventura, do futebol nacional: “Solicitei ao departamento de observação do clube a análise completa do adversário. Esperei, então, por uma observação detalhada da equipa do Boavista: os seus traços mais marcantes, a forma como jogava, os pontos fortes e fracos, o perfil dos jogadores, as suas qualidades e defeitos, etc. Enfim, nada de especial, tendo em conta a grandeza de um clube como o Benfica e os seus níveis de profissionalismo. Quando me entregaram, por escrito, o relatório, dei comigo a olhar para uma equipa com apenas dez jogadores… É verdade, pelo que me foi entregue, no desenho e na análise táctica, o Boavista jogava só com dez jogadores, sendo que o ausente era, ‘só’, o Sanchez, um dos jogadores mais influentes da equipa”, recordou José Mourinho no livro de Luís Lourenço, que tem como título o nome do treinador. Mas qual é a importância disto tudo para um treinador de futebol? “A vantagem é ter o conhecimento prévio [do adversário] e tudo o que isso permite em termos de preparação do jogo. Por exemplo, por vezes olhamos para a ficha de jogo, para a bola de saída e... déjà vu... depreendemos no imediato o que o adversário quer do jogo”, explica ao PÚBLICO Pedro Caixinha, actual treinador do Nacional e ex-adjunto de José Peseiro, com quem esteve no Sporting, Arábia Saudita (selecção e Al Hilal) e Roménia (Rapid Bucareste), equipas onde teve também a missão de observador/ analista.


Observar a própria equipa

Caixinha, no entanto, explica que o essencial continua a ser o ADN da própria equipa. Daí que a observação não se resuma apenas ao adversário: “Quanto à nossa equipa, analisamos todos os jogos, de forma a identificar aspectos nos diferentes momentos do jogo em que necessitamos de melhorar, bem como na realização de “compactos individuais” para os jogadores, com uma periodicidade de 15 dias.” O treinador revelou ainda que o Manchester United foi o clube que mais o impressionou, “pela forma como tudo é organizado e a forma como a informação chega totalmente tratada e sem perdas de tempo aos jogadores”.





O PÚBLICO conversou também com os observadores/analistas Sérgio Costa (selecção nacional) e Tiago Maia (adjunto de José Couceiro) para entender melhor o que realmente fazem e de que forma está o scouting entranhado no futebol profissional.
“[Na selecção] realizo a análise de adversário — observações directas [ao vivo] e indirectas [TV, vídeo, DVD]) — e análise de equipa — durante o jogo estou em contacto com um elemento da equipa técnica, fornecendo-lhe uma análise de uma perspectiva espacial diferente. Para além disso, juntamente com os elementos da equipa técnica, acompanho e observo jogadores potencialmente seleccionáveis. Por último, faz ainda parte das minhas funções a observação e análise de treinos”, revelou Sérgio Costa.
“O número de jogos [observados] é muito variável e depende do grau de confiança e certeza que tenho na identificação das rotinas que constituem o modelo de jogo de determinada equipa. Assim, já aconteceu ver dez jogos de uma equipa (Chipre), mas já aconteceu igualmente observar apenas quatro (Islândia) — equipa com rotinas muito definidas e jogo mais estereotipado”, adicionou o analista de Paulo Bento. Sérgio Costa esclarece ainda que quando a observação é feita na lógica do conhecimento do adversário “a importância é maioritariamente de cariz estratégico”. Mas destaca a relevância da análise da própria equipa: “Permite-nos olhar para o nosso modelo de jogo e corrigir aquilo que são os pontos fracos e potenciar os pontos fortes”.


O dia de um observador

Tiago Maia é um elemento da equipa técnica de José Couceiro, treinador que conheceu no Sporting. A última aventura foi na Rússia, ao serviço do Lokomotiv Moscovo. “Como treinador responsável pela análise de jogo, coordeno não só a análise de adversários como também a análise da própria equipa, que na minha opinião é mais importante do que a própria análise de adversários”, informa Maia.
“Os piores dias são sempre os que marcam o início do microciclo [sessão de treinos semanal], pois implicam finalizar a informação de análise de adversário e de equipa, algo que nem sempre é possível no primeiro dia. Esta informação é necessária na planificação do microciclo, sendo importante para o processo de treino e para a preparação da estratégia a utilizar no jogo. Nos dias seguintes começo a trabalhar no adversário que se segue, algo que normalmente intercalo com a preparação da informação que se transmite aos jogadores em conjunto com o líder da equipa técnica. A informação é sintetizada e procuramos que seja o mais focada possível na estratégia que temos para o jogo (relacionando análise de jogo da própria equipa com análise do adversário). Em estágio, aumentam as reuniões de trabalho com a equipa técnica e jogadores. Depois do jogo, o ciclo de trabalho repete-se”, explica.
Tiago Maia entende que tão importante como o conteúdo é a forma de comunicar: “Acreditamos que a melhor forma de passar a informação aos jogadores é através do vídeo, para verem com os próprios olhos aquilo que fazem (bem e mal) e o que o adversário faz. [A explicação do vídeo] poderá ser em equipa com o treinador a orientar o processo, por sectores e ainda individualmente… Aqui há alguma ? exibilidade que considero importante para manter os jogadores focados no que se pretende.” Relativamente à quantidade de jogos que costuma observar, Tiago Maia revela que o número varia em função de diversas variáveis. O tempo é uma delas, mas não a mais importante. Há adversários que consigo caracterizar bastante bem com três ou quatro jogos, noutros não é suficiente. Normalmente, quanto mais organizadas as equipas, mais fácil se torna fazer a análise, uma vez que se consegue diferenciar bastante bem entre o que é acaso e o que é organização pela frequência das acções.”


O que consta num relatório

Tiago Maia descreveu ao PÚBLICO como elabora os seus relatórios e explicou os vários momentos que existem num jogo de futebol: “Com diferenças mais ou menos significativas relativamente à terminologia, penso que entre os treinadores e os analistas em Portugal já existe uma clara separação dos momentos do jogo que são analisados e isto já acontece há algum tempo. Assim, são identificados dois momentos de organização (ofensiva e defensiva), dois momentos de transição (ofensiva e defensiva) e dois momentos estáticos que correspondem às bolas paradas ou esquemas tácticos ofensivos e defensivos. São seis momentos no total, quatro dinâmicos e dois estáticos. Naturalmente os dinâmicos são os mais difíceis de caracterizar, mas são os estáticos que cada vez mais fazem a diferença no futebol de alto rendimento”, começou por explicar Tiago Maia.
“Os momentos de organização são mais elaborados. Na fase ofensiva implicam todas as acções que vão desde a construção de jogo a partir de zonas mais recuadas até à forma como criam situações de golo e as finalizam. Na fase defensiva implicam as acções que se estendem desde o início de pressão pelas linhas mais avançadas até à forma como a equipa defende (bem ou mal) quando os adversários procuram criar situações de golo e finalizam. Por outro lado, os momentos de transição são mais rápidos. Prolongam-se apenas desde o momento de perda ou recuperação da posse de bola até ao momento em que as equipas assumem o seu posicionamento normal em organização. Por vezes, as equipas não concluem a passagem de um momento de transição para organização, o que acontece, por exemplo, quando uma equipa marca ou sofre golo em contra-ataque. A análise individual é também algo que, normalmente, considero separadamente mas também concebo perfeitamente que ela seja integrada na análise colectiva (por exemplo, dizer que um determinado jogador é referência na transição ofensiva da equipa é caracterizar o momento mas também fazer uma análise individual)”, concluiu.

 

Mas qual é a importância disto tudo para um treinador de futebol? “A vantagem é ter o conhecimento prévio [do adversário]. Por exemplo, por vezes olhamos para a ficha de jogo, para a bola de saída e... déjà vu... depreendemos no imediato o que o adversário quer do jogo”