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quarta-feira, 7 de março de 2012

A formação de jogadores de futebol - Uma perspectiva concreta


Há uma diferença muito grande entre aprender a jogar futebol na “Rua” e aprender a jogar futebol num clube mas… um não é melhor do que outro, à partida, porque o único critério que mede a qualidade do processo é a quantidade de impacto que consegue ter (aprendizagens de qualidade) na modificação do jogador que aprende!… e isto é possível se o processo tiver uma forma que a potencie, na rua ou no clube. Há, por isso, um sentido concreto universal para a formação em futebol: provocar crescimento (máximo) individual (que crescimento?).


Num tempo em que a transformação da sociedade está a provocar uma tendência para a diminuição da qualidade do fenómeno que está a problematizar (FUTEBOL), cresce a importância dos clubes e, nesse crescimento, cresce a necessidade de conhecer com profundidade a NATUREZA do Jogo e do Jogador que o joga.


O futebol é um desporto particular porque, para além de ser COLECTIVO e competitivo, é jogado tendo em conta uma premissa que o define: proibido tocar a bola com a mão. Consequência destas particularidades, o processo de crescimento de um jogador não existe desligado do processo de crescimento da equipa que o inclui; pelo contrário, porque no futebol o primado está na INTERACÇÃO, expressar qualidade só é possível num contexto de equipa. Ou seja, a qualidade de um jogador (sentido concreto do crescimento individual) mede-se na capacidade que tem em intervir no jogo através da concretização (graus de liberdade) de decisões predominantemente AJUSTADAS perante a diversidade infinita de circunstâncias produzidas pela qualidade dos confrontos que vive, em cada momento do processo. A natureza (COLECTIVA) desta capacidade determina o modo como a sua construção deve ser levada a efeito, até porque as decisões são ajustadas em relação a uma referência macro sobre padrões de circunstâncias sentidos por quem os conhece. Para além disso, as decisões ajustadas são concretizadas por jogadores com características particulares e, por isso, há, na definição do ajustamento, um padrão de redundância que deve ser estimulado.


Aprofundemos, o Processo é limitado pela existência de uma Organização concreta (Princípios de Jogo) – é a qualidade da organização que dá personalidade ao processo e por isso é que existe o jogar à Porto e o jogar à Benfica – e essa organização é limitada pela qualidade momentânea + potencial dos sub-processos que inclui (entenda-se o estado de crescimento individual).


Isto quer dizer que, embora a LIGAÇÃO entre todos os jogadores tenha uma essência comum (lado intencional), o modo como cada um a vive tem qualquer coisa de INDIVIDUAL. Assim, a tal organização concreta cresce tanto mais quanto maior a qualidade momentânea dos sub-processos que, porque existem ligados, lhe dão vida; e o crescimento dos jogadores depende exactamente da qualidade (riqueza das ideias) do processo macro da sua equipa.


APRENDER A JOGAR FUTEBOL É UM PROCESSO COMPLEXO QUE CARECE DE CONHECIMENTO VERDADEIRO!! É urgente procurá-lo e depois de o encontrar é urgente estudá-lo para o perceber com clareza suficiente para lhe dar vida prática através da concretização de Projectos de Formação com capacidade para produzir CULTURA. O sucesso calcular-se-á na relação entre investimento e quantidade de jogadores de qualidade.


PRODUZIR JOGADORES DE FUTURO… é esta a MISSÃO dos clubes do presente (!!)


Análise Táctica por Rita Santoalha (02 Fevereiro 2012)