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terça-feira, 23 de abril de 2013

Dicas para Desporto: "O TREINADOR E A PUBALGIA NO FUTEBOLISTA"

O TREINADOR E A PUBALGIA NO FUTEBOLISTA

É um sofrimento de carácter subjectivo, traduzido exclusivamente por dor, que condiciona com maior ou menor impotência funcional o desempenho desportivo do atleta e que pode envolver toda a região da sínfise púbica, do baixo-ventre e da raiz das coxas nas suas inserções musculo-tendinosas vizinhas.


A designação mais adequada deve ser “ Síndroma Pubálgico”.

É claramente muito superior nos homens, em relação às mulheres e é muito habitual nos praticantes de futebol e outras modalidades de maior actividade e agressividade física, como ténis, esgrima, andebol, voleibol e outros.

Embora o número de mulheres que se dedica à prática de futebol e outras modalidades, seja consideravelmente menor, as diferenças anatómicas do canal inguinal e as menores exigências no treino, para além da melhor adaptação da bacia feminina à violência biomecânica, são as principais justificações para esta diferença.

De que resulta a pubalgia?

A pubalgia está sempre dependente de factores intrínsecos, que estão directamente relacionados com o próprio atleta, ou seja, com o seu morfótipo.
Normalmente são atletas brevilíneos, com hipertrofia muscular abdominal e menor flexibilidade dos músculos dos membros inferiores, particularmente dos aductores.
Associam-se algumas anomalias congénitas ou adquiridas da parede abdominal, sobretudo nas suas localizações mais inferiores, em particular no canal inguinal, como fragilidade da parede posterior, hérnias congénitas ou adquiridas.  
Para além destes concorrem frequentemente também os factores extrínsecos, que são sempre estranhos ao atleta e estão directamente relacionados com a prática desportiva.
Dependem de uma série de situações tais como: factores ecológicos relativos à qualidade dos solos e calçado usado, (pisos duros e uso de calçado com pouca absorção de choque), tipo de modalidade desportiva praticada, que pode ser mais ou menos agressiva para a região púbica (futebol, esgrima, ténis, rugby), excessos quantitativos, erros na coordenação e progressão do treino.
A maior parte das situações de pubalgia que se apresentam no atleta adulto, devem-se fundamentalmente a compromissos morfo-funcionais em duas estruturas importantes: os músculos aductores da coxa e o complexo do canal inguinal.
No entanto é importante lembrar que há muitas outras situações clínicas, algumas delas com significado bastante grave, que também podem provocar dor nas regiões anatómicas expressas.
Nas crianças e no jovem, normalmente centram-se na articulação da anca.
Os músculos adutores da coxa e o complexo do canal inguinal, quando submetidos a gestos técnicos repetitivos, juntamente com o ambiente predisponente dos factores intrínsecos e ou os extrínsecos, acabam por criar soluções de compromisso e desencadeiam situações diversas com instabilidade nestas áreas. A dor durante a solicitação desportiva e no repouso por vezes, é sistematicamente o sintoma maior.


O que se pode e deve fazer quando aparece a pubalgia?
 
Perante uma situação de suspeita de pubalgia, o atleta deverá suspender de imediato a sua actividade desportiva e procurar um especialista nesta área, que lhe faça o adequado diagnóstico e estabeleça a etiologia para o mesmo.
Depois e desde que o diagnóstico dependa de uma destas duas áreas, o atleta deverá ter um repouso desportivo completo e adequadamente prolongado, em associação com o protocolo terapêutico instituído, respeitando sempre o período de tempo estabelecido para o mesmo, para que a cura do compromisso lesional de qualquer elemento tendino-aponevrótico envolvido, seja total.
Em algumas situações de sofrimento das estruturas do canal inguinal, a sua solução poderá passar por um tratamento cirúrgico.

O que podemos fazer para prevenir a pubalgia?
 
Efectivamente sendo a pubalgia uma situação clínica que por vezes é muito incapacitante, para além de com frequência se arrastar no tempo, é determinante que se faça a sua prevenção.
A sua prevenção passa por um treino especificamente programado para cada atleta, de acordo com o seu morfotipo e a sua diferenciação na modalidade, em especial se for uma criança ou um jovem e é determinante que seja desenvolvido sempre de modo progressivo.

Em qualquer atleta, devem ser avaliados, prevenidos, apoiados e tratados, todos os factores predisponentes.
Este trabalho sempre que possível deve ser entregue ao médico da área do desporto.
No entanto e em primeiro lugar o atleta, mas também o treinador, o instrutor ou o preparador físico e o fisioterapeuta, devem estar atentos a quaisquer alterações morfológicas ou do desempenho funcional.

Para isso é necessária uma estreita e aberta colaboração entre o atleta, o treinador, o médico e o preparador físico ou o fisioterapeuta.

 “ Esta lesão é consistentemente causa de sofrimento prolongado “

   (Francisco Santos Silva) 

© Stop às lesões no desporto 2011

MOVIMENTO PARA A PREVENÇÃO DAS LESÕES TRAUMÁTICAS E DE SOBRECARGA,
NOS JOVENS ATLETAS