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terça-feira, 16 de agosto de 2011

"Liderança no Futebol"


Estamos numa era em que se dá especial importância aos rendimentos dos desportistas, face às exigências comerciais, económicas, desportivas e sociais.
Face ao seu forte mediatismo, o futebol, pode ver-se como o expoente máximo da exploração do rendimento desportivo, onde os principais intervenientes, treinador (líder) e jogadores (liderados) são julgados jogo a jogo em função do seu resultado.
Assim torna-se essencial ter um leque de informação o mais alargado possível, para que as variáveis que conduzem ao sucesso possam ser mais facilmente manuseadas e os objectivos estabelecidos sejam atingidos.
Considera-se que o “tal” aumento de rendimento que tanta gente exige é influenciado pela liderança do treinador, pois se os jogadores estiverem satisfeitos com a liderança do mesmo, poderá existir uma maior “disponibilidade” por parte destes para aumentar o seu rendimento desportivo.
Devido ao facto de o desporto (de alto nível) ter cada vez mais um leque de interessados (patrocinadores, adeptos, entre outros), torna-se fundamental extrair daqueles que nos proporcionam o “espectáculo”, os praticantes, um maior rendimento desportivo que tem repercussões em diversos sectores. Para aumentar esse rendimento deve potenciar-se e maximizar-se os seus atributos. Mas não basta, tendo a liderança uma grande contribuição para o aumento do rendimento desportivo.


Hoje em dia, no futebol, considera-se que as equipas estão estruturadas não apenas por variáveis físicas, técnicas e tácticas, mas também se caracterizam pelos seus micro-sistemas sociais de rendimento, nas quais uma boa liderança pode conduzir a bons resultados, entenda-se as relações entre o treinador-desportista e entre desportista-desportista.
Nos clubes desportivos, por norma, os líderes são escolhidos, partindo do princípio que o líder da equipa é o treinador desta. Os treinadores (líderes) são contratados pela direcção de um clube, embora dentro de uma equipa possam surgir outros líderes de uma forma natural, estes de forma espontânea ganham o respeito e apoio dos seus colegas. Estes líderes efectivos são por norma os capitães de equipa, existe essa promoção de um líder, alguém que deverá ser capaz de influenciar positivamente os seus colegas visando o objectivo da equipa.
Recordando a era Mourinho no FC Porto, era bem visível a importância dos líderes na equipa, falo do líder escolhido, neste caso o próprio José Mourinho e os líderes naturais, Jorge Costa e Vítor Baía. Certamente uma cota parte do sucesso atingido nessa era se deva a essa organização, aos papéis correctamente distribuídos no seio portista.


Assim, visto que o comportamento do treinador influencia a actuação dos jogadores durante os jogos, o treinador se não tiver uma influência positiva sobre os jogadores poderá levar ao desencadeamento da insatisfação, levando à origem de resultados negativos, mais concretamente nas quezílias existentes entre um treinador e um jogador.
É público, os desportistas considerarem o treinador como uma pessoa extremamente importante no seu rendimento, sendo essa relação, uma variável de rendimento, contribuindo fortemente para fazer a diferença no desempenho e consequentemente na concretização dos objectivos.
Eleito o melhor treinador do mundo pela FIFA e pelo IFFHS em 2010, José Mourinho considera crucial uma boa liderança no futebol, considerando a presença desta, indispensável “Eu penso que liderança tem de estar sempre presente. Ela sente-se nas mais pequenas coisas, nos mais pequenos detalhes com um olhar ou com a presença do líder por si só” (Lourenço, 2006, p.143) refere o treinador português, este afirma ainda que “Durante algum tempo, premeditadamente, deixei de exercer liderança e pensei «vamos lá ver no que isto vai dar». Chega-se à conclusão que não havia hipótese de me afastar. Mesmo que o estádio de maturação de um grupo seja forte, fruto de um trabalho de dois, três, quatro anos, a liderança não pode deixar de ser exercida todos os dias” (Lourenço, 2006, p.143).
Estes exemplos revelam bem o quanto é preciosa a liderança no futebol, e o quão é determinante nos resultados, quer positivos, quer negativos.
O estado motivacional do grupo é a base fundamental da eficácia do desempenho.
Ser desportista/treinador, hoje em dia não é apenas jogar/treinar, é bem mais do que isso…


Leandro Monteiro, 2011